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Channel: Abismo Branco
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"Toma lá... [esperança]" 1 de Julho de 2012

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Respondendo a um desafio do Fernando Pereira para escalar pelo norte. E face às ameaças de chuva, fomos ao local onde é possível escalar "lloviendo, blá, blá, etc...", ou seja ao coelhódromo.Sabendo por portas travessas que havia uma via NOVA da dupla rppd. Decidimos um pouco por "precipitação" fazer a 1ª repetição, mas como não tínhamos croqui: ensarilhamos.


Fernando Pereira a Abrir as Hostilidades.

Abrigarmo-nos na Gruta da forte chuvada.




Fernando a ver como chove.

O bloco da gruta.

O flamigerado crux "Alvarinho" a resolver molhado e em semi-libre.


A espectacular fissura do 4ª Largo.



Na reunião já enganadinho na entrada da chaminé da via "Esperança"

Fernando rodeado de Amigos. 



- Acho que já passei aqui! - dizia a Natália.
- Não! São chaminés paralelas daí a semelhança...

Felizes no alto da MONTANHA.

Temos que voltar para fazer a metade superior.
Mais uma excelente "meia" via no reino do coelhinho.




Urriellu - Sub-ida 19.08.12

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Partimos para os Picos no dia 17 de Agosto.
Fomos dormir ao desfiladeiro de "La hermida", onde estavam o Cardi&Claúdia e o Topas&Olga.

No dia seguinte visitamos a praia do "Pechon". Onde acabamos por ficar para jantar e dormir.

No Domingo dia 19 preparamos o material e carregados que nem camelos, com comida para 6 dias, tenda, ferragens variadas, etc etc. iniciamos a aproximação.

Tínhamos caminhado cerca de 200 metros, o calor era abrasador. Paramos e chegamos à conclusão que com aquele peso dificilmente chegaríamos ao refúgio.

Foi nesse lampejo de consciência, que tivemos uma miragem, como um oásis no deserto. Uma linda e forte mula, com cara de quem carregaria com gosto os nossos pesados fardos.
Deixou pasmacenta que lhe coçássemos as costas e que fizéssemos festinhas várias. Mas quando de súbito saco do cordino, para lhe fazer a soga, afastou-se rapidamente para distância segura. Ainda persisti neste jogo do "apanha-me se fores capaz" várias vezes. A Natália perguntava:
- Mas ela depois desce sozinha desde o Naranjo?!
- Desce, claro que desce. 
- Mas e o dono... Deve ter dono. Não?
- Upssss! Às tantas não é boa ideia, ainda somos acusados de roubo... Ainda somos presos e torturados.  


Refizemos as mochilas e lá voltamos à penosa subida.
Com o contra tempo da Apanha da burra, o tempo tinha ficado mais fresco. Ou estaríamos a habituarmo-nos à carga... O certo é que fomos subindo. 

Chegamos ao refúgio de noite. Depois de cerca de 5 horas de grande esforço.

Mal chegamos, ainda de mochilas às costas, ouvimos hablar português. De noite escura, não sabiamos de quem se tratava, mas lançamos um:
- Boa Noite!
- Olá Sérgio! Olá Natália!

Eram: Filipe Carvalho, Nunito "Máquina" e Pedro Pimentel.
Tinham escalado e no dia seguinte iam fazer um dia de descanso.
Pois, nós com a estucha da subida faríamos igual.

Montamos tenda e depois de mais algum convívio fomos dormir.

No dia de descanso tivemos oportunidade de conviver com mais portugueses, o Mário Pulquério e a Maria João que também lá estavam e queriam ir à mesma via que nós.

Passamos ao dia a mirar as cordadas na parede e a fazer prognósticos. Foi uns dias muito bem passado e o ambiente do campo base era bem lusitano.

A imponente face oeste do Pico Urriellu



Não percam as cenas do próximo episódio: abismados tocam na rocha....
Até breve
AB

Cepeda - la via elegante

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E depois do dia de descanso forçado pelo peso bruto das mochilas e do sol intenso, decidimos colocar a mão na rocha. Como a face oeste fascina qualquer escalador incauto, lá fomos nós conhecer o que é de facto escalar na oeste.
















Murciana, 1º largo
A parede caracteriza-se pela verticalidade que resulta numa escalada bastante atlética. Lá fomos nós cedinho cedinho para ganhar tempinho. 





















Murciana travessia do 2º largo
Este cedinho, para além de um alinhamento astral nefasto, foi culpado de muito enjoo, falta de apetite, tonturas, diarreias e chegada à conclusão que "não era via para aquele dia". Com uma dose muito grande de humildade, rapelamos com a cordinha entre as pernas.
















O 3º Largo por cima de nuestras cabezas.





















 Cordada Portuguesa (Mário e Maria João) no 3º Largo 

Ainda cheios de ganas para escalar, contornamos o Picu Urrielo e fomos à cara Este fazer a via Cepeda.





















1º Largo, calcário espectacular mega aderente.





















Sérgio na saída do 2º largo





















Sérgio na super escalada da parede este.

















Os irmãos Cano que já tinham feito a Diretíssima com saída pela navarro (julgo que não foram à murciana, porque estava ocupada [vai-se lá saber por quem...]).
Quando iniciamos a Cepeda eles passaram a correr para ir à "Pidal Cainejo", e voltam a  passar por nós a meio da Cepeda. Quando estávamos a passar no buraco da Cepeda, vemo-los a acabar de gatas a sul directa, as 4 caras em 10h... 

















Na útima reunião, agora com companhia.
















Taia a espreitar pelo buraco de saída






















E assim salvamos o nosso dia, com uma super escalada. Obrigatória.
Que o abismo vos presiga
Abraço
AB

Férias II - Espejismos de Verano - Naranjo de Bulnes

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Ainda sobre as férias...
Um dia de pausa, Cepeda no dia anterior e era dia de escalar mais... Combinado com o Filipe Carvalho sairíamos cedo para fazer uma via mítica a "Pidal Cainejo". Tudo corria bem, à excepção do vento que persistia desde a nossa chegada. O canal de "la celada" é um óptimo acordar dos músculos.

Chegados à base da parede Este, dirigimo-nos para a direita em direcção ao inicio da via. Destrepamos um pouco e chegamos ao sitio certo. Lembramo-nos de uma nota de atenção para a queda de pedras. O vento soprava cada vez mais furioso. Numa breve troca de impressões decidimos que não era via para aquele dia...

Não dispúnhamos de croquis de outras vias nas imediações. Mas lembramo-nos de um rapel em 2010, quando fizemos a "Amiguinhos do Demo", a "Espejismos de Verano"! Encontra-se na espectacular rocha da parede Este. As reuniões estão equipadas e o traçado é mais ou menos evidente. Com apenas estas ideias e muita vontade de trepar, encordamo-nos e começamos a correr parede acima.

A via deve começar mais ou menos por aqui. É subir o comprimento das cordas que a reunião deverá estar algures por lá...

À direita a chaminé caracteristica do 3ª largo da Cepeda. A reunião decerto era mais abaixo.


À Procura das Argolas Perdidas II














Filipe Carvalho à frente no jogo da procura.














No Final da via. Apesar do jogo da procura das argolas, nunca nos perdemos. A via é pouco equipada mas as reuniões encontram-se alinhadas. Divertimo-nos muito nesta via aérea e espetacular.


Já adiantada a hora e algumas cordadas ensarilhas por cima, pesaram na decisão de não seguir pela Cepeda até ao Cume. Optamos pelo rapel fácil em direcção à cerveja com preços difíceis...






Ahhh! que sabor único. Que saudade das pequenas coisas, que só a montanha torna magníficas.


No Boeiro, aliás na tenda. Parecemos Lactarius deliciosus!

Férias III - Pidal Cainejo

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Corria o dia 23 de Agosto do ano de 2012.
Acordamos cedo, e depois de cumprimentar o sol,  começamos o dia com o habitual pequeno almoço reforçado. De seguida preparamos a quinquilharia, a malta da tenda ao lado, que arrumava também as coisas, reparou que os nossos arrumos eram diferentes.
- Vão escalar?!
- Vamos.
E fomos, depois das despedidas. Eles iam partir para uma aventura mediterrânica, com barcos, highlines e outras cenas maradas.
Novamente o canal de la celada. Novamente a aproximação à parede Este.
Subimos à direita do caracteristico "Y" da "Cepeda", destrepamos um pouco até ver o caminho, por umas placas horizontais, até à gruta da primeira reunião.
Naquele dia estavam dois loucos a dar nós nas cordas no nicho da R1.
- Hummm! A pidal com abrasados por cima?! J'amais.  - mas um começa uma travessia em nossa direcção.
- Ei campiónes. Ides subir ou Bá'rrar! - gritei eu em portunhol.
- EIAAARRRH!? - guinchou um deles, e eu comentei com a Natália.
- Eles baixam.
- Percebeste o que ele disse?!
- Não. Mas aquele guincho, é o som do miolo a estorricar.

Começamos a subir em direcção ao tal Nicho, cruzei-me com o sujeito que olhou para mim, com olhos esbugalhados. Eles lá desceram. E nós reunimos no nicho. Naquele dia a parede estava deserta, quase toda a gente tinha descido, culpa das previsões meteorológicas.  Que davam nuvens escuras, e para a tarde, talvez chuva, talvez garnizos e quiça tormenta eléctrica, daquelas em que se houve o zumbido das abelhas.

Nós tínhamos lido o relato de Dom Pedro, e sabíamos que eles tinham subido e destrepado aquele itinerário em poucas horas.
A llambrialina
Saí do nicho pela famosa llambrialina, e depois de um "S" estava de novo na reunião. De onde pudemos sair a caminhar, baixar um pouco e caminhar aí uns 100 metros, em direcção ao ombro norte. Aqui o maior perigo é mandar pedras para quem passa no canal de la celada. Pode-se fazer desencordados, mas nós optámos por passar esta travessia com cuidadinho e em ensamble.

O inicio da 2ª parte da via, em direcção à grande e evidente chaminé, já é de escalada autêntica, fácil mas escalada. São cerca de 60 metros bastante verticais de quinto grau mantenido, com muitos pitons a indicar o caminho (em linha recta). Neste largo as nuvens ficaram mais escuras, o vento assobiava alto e para apimentar a coisa, andava um helicóptero a fazer a ronda e a impossibilitar a comunicação.
Por cima ficava o famoso passo da pança da burra. Eu emocionado, ia comentando com a Natália, passagens do relato de Dom Pedro Pidal sobre a primeira ascensão ao Picu. Talvez uns metros antes da dita panza a Natália diz-me mais ou menos assim (fica melhor na História):
- Sérgio, não quero saber mais da Loucura de um aristocrata (que não queria nenhum gringo no cume virgem dos seus Picos de Europa) e de um pastor, de Cainejos nem de Marqueses, que subiram em 5 de Agosto de 1904, amarrados um ao outro por uma corda de cânhamo (comprada em Londres para o efeito), sem pontos intermédios, e sem conhecer sequer a técnica de rapel. Um descalço outro de alpargatas (compradas em Madrid para o efeito). Não quero que voltes a contar do passo de ombros que fizeram na pansa da burra. Da garrafa de vinho que levavam.. Não quero também que repitas que destreparam por aqui em iguais condições a murmurar, Diós mio, Diós mio, como subi io por aqui. Foram uns bravos do C%#"%&&% conquistaram pela primeira vez e essas tangas todas. Agora estou aqui eu e tu, mais ninguém! o tempo está a ficar feio pra caraças, vem aí a tempestade. O Helicopeter não se cala. Ainda faltam praí 400 metros. E se tu não te calas com essa história... já estou agoniar! Já percebi a lição de humildade, já tenho a minha dose...

A panza da burra.

Mas a cada passo lembrava aqueles fantásticos e verdadeiros Homens, daqueles que não largam nunca uma presa, completamente apaixonados pela montanha. O passo da panza da burra não é tão difícil como o pintam (Certo que com cordas duplas [das de marca], friends xpto, entaladores, pés de gato coloridos, etc. etc.). 

 A 2ª panza
Mais uma largo ainda com outra pansita, e grito para a Natália. Vou sair em ensamble. E foram aí uns 150 ou 200 metros que o único cuidado era não mandar pedras para o abismo. Os 60 metros de corda esticada, não é o melhor para esta técnica, que pesam, e puxam para trás desequilibrando. De quando em vez ouvia um "- Espera!" ou "- Podes Seguir!", a Natália ia recolhendo os poucos pontos intermédios que fui colocando. 
No cume o vento cortava, e as vistas eram para grandes amontoados de nuvens, era hora de descer de novo para o buraco. 

O conforto do cabrales, ao abrigo da chuva.
Dormimos ainda mais uma noite ao pé do mastodonte calcário, o dia seguinte era de descida.

O dia acordou sem chuva, apenas com algumas nuvens altas e uma brisa mais calma. Aliás o primeiro dia desde que chegamos, em que o vento acalmou um pouco.
As vistas durante a descida.
Arrumar a tralha e a recuperar forças num banho quente no campismo turista.
O resto das férias seriam praia, museus e outras aventuras menos rochosas.
Depois de um dia de descanso rumamos pela costa, parando em algumas praias até ao país basco.
A dormida em Bilbao, era hora das regletes mitradas das molduras de museu.
Dormida algures por Sopelana, uma praia naturista muito porreira. 
Depois de uns mergulhos de sol e banhos de mar, regressamos pela costa para dormir no desfiladeiro de la hermida.
Consulta de croquis desportiveiros no bar da pousada la cuadrona. Consulta de internet, e o trabalho a chamar-nos à base.
Ainda fizemos umas vias de chapas só para gastar as unhas.
O Cueto Agero, que ficará para uma próxima.
Passagem por Potes e bora para paragens mais graníticas das terras lusas. Calcário é bom, mas muito só com Calgon! Eu gosto é do Radão!

2012-10-20 baptismo na Meadinha

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O trabalho, a chuva, o trail, a troika e mais uma série de distrações inúteis têm-nos afastado do essencial: a nossa amada Meadinha em particular, e da escalada em rocha no geral. Tirando uma ou outra chapadinha em pequenos calhaus, têm-se escalado pouco na natureza.

Em jeito de saudosismo português, colocamos aqui algumas imagens de um baptismo no Outono passado.
Uma primeira vez na meadinha, na minha opinião, é uma experiência que poderá ser determinante, para o bem e para o mal. Lendas e mitos não faltam.

Ao Luís Miguel calhou o 1º Largo da "S", um dos largos mais fáceis, mas ao mesmo tempo um dos mais bonitos. E logo de seguida o 1º e 2º da via "Meadinha", pelo estilo algo diferente do habitual.
Feitos estes fomos ao 1º, 2º e 3º da "Caravela Roxa". Feitas as contas foram 6 largos de escalada mega estética, sem grandes dificuldades técnicas.










um dia!

La plus belle falaise du monde em crescimento - o possível Mito Alentejano

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Cratera com mais de uma centena de metros de profundidade, por 20 metros de largura e 40 de comprimento.

Ver noticia no Jornal Público

Duas "crateras" no Porto da Espada

Duas grandes crateras, uma delas enorme, abriram sexta-feira ao final da tarde em terrenos junto à aldeia de Porto da Espada, na freguesia de S. Salvador da Aramenha - Marvão.

Ora mais de 100 metros dá para pelo menos 3 largos... hummm. Deixa chover, deixa chover.





Bloco'Bico

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Depois das abundantes chuvas, podemos finalmente voltar a dar umas palmadinhas nas pedras.

No Sábado passado fomos a este bosque


Apertar em regletes,

e deixar algum sangreee




Alexei Bolotov (1963-2013)

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"Las montañas por sí mismas no significan nada, son sólo piedras y hielo. Quien les da vida es el ser humano al subirlas y hablar de ellas; al vivirlas les da entidad. No podría decir que el montañismo en sí es un deporte, porque aquí no hay mejores o peores. Esto no son los juegos olímpicos donde uno es más rápido por tres segundos o porque ha saltado dos centímetros más. Aquí lo importante es que cada uno sea consciente de los límites de su cuerpo. Además, la fama que consigues con el deporte, para el alpinista no significa nada. Eso que llaman ‘gloria’ para el alpinista no existe. Esto no es fútbol o tenis. No da dinero. Por eso no vamos ahí arriba en busca de éxito, vamos porque es lo que nos da vida." Alexei Bolotov (1963-2013)

MBC 2013

Maia Boulder Dream

fear is born

the dance of death

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Os 3 abismados juntos de novo. Para celebrar:



by Peter Greenaway 

A caminho dos Montes Hermínios.

Encontro o Pastor chamuscado

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Sábado dia 12-10-2010.
Rumamos à nossa serrinha, onde já não íamos desde à muito tempo. A convite do Sérgio Duarte e companhia, que nos esperava ao pé da lagoa comprida.
Pouco depois, a cerca de 5 minutos do carro, demos com um sector com fissuras à la carte.
Cerca de 20 vias de auto-proteção, a maioria com topes equipados, o que aliado ao entorno e à aproximação curta, fazem este sector muito apetecível e confortável, e certamente será bastante frequentado.

É de salientar o excelente trabalho de abertura e limpeza realizado, as linhas estão impecáveis, foram abertas de baixo e não existem pontos fixos, o que fazem uma ou outra via mais "apimentada". Mas a grande maioria são de fácil e abundante proteção.

O Ambiente no encontro estava bastante animado, quando chegamos encontramos várias cordadas penduradas e aproveitamos para cumprimentar malta que já não víamos há bastante tempo.

Começamos pela via: "Pé de Cabra", que é um diedro com duas fissuras "contra-viradas", o que permite uma escalada algo diferente e bastante interessante.


 De seguida fomos à via "Ovelha Choné", que é uma placa tombada, com uma série de fissuras diagonais.


foto: Sérgio Duarte


foto: Sérgio Duarte

Nesta via que achei espetacular reparei numa linha imediatamente à direita, que apresentava uma estrutura parecida, uma série de fissuras entremeadas com placa. Com a ideia de uma ascensão rápida e em libre, atiramos-nos a esta linha, que não sei se por ser demasiado "entremeada" de placas, se por ter as fissuras ainda com terra, não saiu muito rápido nem em livre. "O pastor desassossegadamente carbonizado" está lá para a primeira ascensão em libre.




De seguida encordei com o Alcino e fomos à "Tí Luis", talvez a melhor via do sector,  uma fissura que permite uma proteção fácil, mas que a escalda se faz por uma série de reglêtes e pequenas prateleirinhas horizontais, que apesar de suavemente extraprumada, permite nalguns momentos descansos completos. De seguida novamente com a Natália fomos provar o diedro  "em busca do tesouro perdido".






foto: Pedro Santos

As nuvens com partículas aquosas em suspensão já teimavam em permanecer àquela cota. E apesar de não estar propriamente a chover estava tudo bastante húmido, e com um frio que não estamos habituados. Já com o sol posto mais uma excelente via, costas no chão ou "Unha nos dentes", uma entrada com um passito de bloco e mais uma fissura espetacular até ao top.

Cansados mas não consolados, porque várias linhas com muito bom aspecto ficaram por provar, regressamos à estrada para ir jantar à praia fluvial mais alta do pais, o "vale do rossim", onde dormimos.




No Domingo, depois de um pequeno almoço reforçado voltamos à carga. O sector estava bem mais deserto, talvez devido à ameaça de chuva. Aquecemos motores na: "Aquece-mos", uma via que desiludiu em relação à qualidade das outras, esta apresenta um granito tipo broa de milho que se esfarela um pouco e é bastante irregular. Depois vendo melhor o croqui constatamos que seguimos por uns blocos à direita que já não faziam parte da via. Não poderíamos deixar de ensarilhar um pouco. 
Com bastante húmidade relativa, visibilidade zero e as paredes a ficar molhadas ainda fomos à "Sonhos", que é algo mantida e tem um final agridoce. Já cheios de reumatismo, moncos no nariz e húmidos até aos ossos,  fomos com o MC e o Filipe C. rumo a sul, e depois de um planalto cheio de sebastianismo messiânico demos com  uma pedra do urso soleada e bastante agradável, para a prática das "lapadas nas pedrinhas". 




Voltamos ao norte com a pele gasta  já de noite mas iluminados. Que boa é a vida no mato!




Recordações em época molhada

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Apesar do apanágio, que na meadinha se escala: "chovendo, nevando e fazendo muito calor..."
Com medo da chuva não temos ido lá.

Resta-nos no conforto da lareira imaginada, basculhar no baú digital, velhos arquivos de fotos empoeiradas.

Esta pasta é de Setembro de 2013.

Depois de muitos meses separados,  poderíamos ser quem nós somos de verdade… ensarilhas unidos + companhia mitra. O grande Joni tinha prometido chegar ainda na quinta, e assim aconteceu, chegou na super máquina ao reino de terras acima do Douro.

 Os planos para 3 dias era, fazer por DIA:
-  um trail à volta do maciço da meadinha, antes do pequeno almoço;
- 7 vias na meadinha durante o dia;
- um canyoning ao fim da tarde;
- jantar descontraidamente ao fim do dia, comida confeccionada por nós.

Começamos mal! para sair de casa demoramos a manhã inteira e metade da tarde, a sexta já ia de vela, para compensar o atraso no programa das festas decidimos dar um mergulho lá para o lado do Soajo e no final uma bruta de uma espetada que 3 dias depois ainda fazíamos muuuuuuuuuuuuuuuuuu…….. Tudo arranjadinho seguimos rumo ao santuário granítico. MEADINHA4FEBRE.
No meio de infinitas possibilidades decidimos ir com o nosso abismado à "Caravela Roxa", aos três primeiros largos, fáceis e dá para disfrutar.








O MC e O Nelson Cunha, iam à via do Alvarinho prometido. Na descida escovei, uma antiga fissura. Já tinhamos visto em tempos, um velho pitom enferrujado. Fizemos essa fissura, ligamos com a "esperança" e saímos pela chaminé da "toma lá bolachas", que ainda não tínhamos como autocolante na caderneta! Uma chaminé espetacular! Reunimo-nos todos no topo. O canyoning ficaria para o dia seguinte.













Daquele tempo o calor abundava. E no dia seguinte, depois de um brunch quitado, fomos refrescar-nos um pouco! Ó tempo volta para o SOL.




Daniela Teixeira e Paulo Roxo nomeados para o Piolet D'oro.

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Grande notícia:

Daniela Teixeira e Paulo Roxo nomeados para o Piolet de Ouro. Um prémio de grande prestígio, uma espécie de oscar do alpinismo a nível mundial. 

Muitos parabéns! Pelo reconhecimento à muito merecido. Pelo apetite pelo desafio e fome insaciável de aventura.

Kapura (6,544m), not to summit

First ascent of the southwest ridge by Portuguese Paulo Roxo and Daniela Teixeira. Approaching via the Nangma Valley they made two bivouacs, one on the ascent and one on the descent, naming their route Never Ending Dreams (1,300m, M4 70°). They reached a small sub-summit of at least 6,350m at the end of the southwest ridge of Kapura South Peak.


https://www.thebmc.co.uk/rare-portuguese-first-ascent-in-pakistan-karakoram

Detalhes sobre esta grande aventura em:
http://rppd.blogspot.pt/

Que o Abismo esteja sempre por baixo dos vossos pés!

Abismo Reunido

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Nem só de escalada vive o Abismo! E em dias de chuva inventa-se pretextos para abraçar amigos, cortar o chouriço e abrir o vinho...

Desta é o Trail do Jesuíta!

E aqui está a foto do briefing...


Faro de Budiño, 12-04-2014

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O granito de Budiño, vizinho da Meadinha apresenta quase a mesma composição, mas sem a presença  do famigerado coelhi'tropo. Há muitos dias sem visitar o coelho, sem injectar radão e sem sequer atar uma corda, achamos que Faro de Budiño poderia ser uma forma mais fácil de reaproximação do nosso amado santuário de granito.

Aproveitando o convite do MC, fomos conhecer a famosa fraga. Eu já lá tinha estado em pequenino, mas não me recordo de quase nada, a não ser que me tiveram que ir à via tirar o material...

Apesar de clássica, optamos por escalar primeiros largos, com corda simples e gri-gri. Todo um luxo a 2 minutos do carro.
Aquecemos na cruxigrama.

De seguida fomos à "Paxarinha"

Depois à famosa "Pinos"


Fugindo do calor fomos com o Ricardo para uma pedreira fazer desportiva à sombra.













Páscoa 2014 - Ataque ao coelho - 17, 18, 19 e 20 de Abril

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Tomo I
Ir à Meadinha é como o regressar a casa de um menino depois de andar uma tarde fugido da mãe. Há um misto entre a alegria no voltar e o medo da reprimenda.

É claro que a Meadinha mãe, acolhe sempre de braços abertos, com o seu verde abundante e fragas escabrosas.

Já o Coelho Trôpego é que matreiro esconde sempre uma vergasta atrás das costas, para entre sorrisos e beijinhos dar uma fustigada de castigo. Habitante de fendas abertas, chaminés musgosas e placas arejadas. Aparece sempre de surpresa ao escalador incauto que se aventura nos seus domínios.

As vias do Pedro Pacheco e Irmão, são uma espécie de Rabadas/Navarro portuguesas. São vias abertas numa época em que os coelhos ainda não tinham dentes, sempre no melhor estilo. Abertas de baixo e sem o uso abusivo de expansivos.

Quando digo abertas de baixo, significa que o itinerário foi inaugurado, conquistado, limpo, e (quando necessário) equipado numa primeira escalada desde baixo. Rapelar e colocar previamente uma chapa numa secção que se adivinha difícil, ou também em rapel dar uma limpadela numa fenda mais suja. Não é abrir de baixo. Mesmo que depois de preparado (equipado e limpo), seja escalado de baixo. Aí diz-se que a via foi aberta por cima ou "equipada".


Chegamos já ia avançado o dia o Marco Cunha (MC) já lá andava a ver blocos intratáveis.
Optamos por uma via do P. Pacheco e F. Pacheco que ainda não conhecíamos, a "Outsider's"

outsiders
Outsider's
croqui retirado do site: http://www.meadinha.com/46.pdf

A Via começa na chaminé entre a "hermanos sio" e a "apláudeme nena".
Os dois primeiros largos percorrem a chaminé evidente, está limpa e oferece uma escalada interessante e bastante diferente da encontrada nas escolas "desportivas". Entalamentos em fissura, oposição em chaminé e bavaresa. De proteção fácil, encontra-se equipada em algumas secções com parabolts que não sabemos se são originais.

2º Largo



- olha aqui um puxador!

2º Largo da Outsider's


3º Largo da Outsider's
Proteções "à bomba" no 3º Largo
O 3º Largo termina após a espetacular chaminé comum à via "Duelo ao sol" também dos irmãos Pacheco.
Sequência da fantástica e estética chaminé do 3º Largo

Já não bastava a camisinha....
M.C. a esboçar poses Alex Hannold!




Início do 4º Largo da Outsider's



O 4ª Largo sai directo por placa até uma passagem de tecto bastante dura se feita em libre (6b+), que com as contas feitas desde o início calhou ao M.C.. E desemboca no grande pátio da "Autopista" ao lado da "Cabeça do Macaco".



Natália a resolver em "Artif" o tecto do 4º Largo


Chegamos já convenientemente tarde ao último largo, e optamos por não nos aventurar no aparente difícil e exposto largo. Ficará para uma próxima.

Saída já tarde, pela "Autopista"
As típicas retiradas do lusco-fusco!
"- eu gosto de talhar, bonecos na meadinha!
Talho à hora que quero porque a meadinha é Minha!..."
Anda por aí malta a fazer picadinhos...

Descemos já tarde e fomos cozinhar que nem só de granito vive o homem.

SEXTA-FEIRA 18 de Abril
Na sexta-feira que dizem ser santa, pensamos em fazer a "S" que dizem ser a via. Mas depois do primeiro largo, não reunimos "vontades" para continuar, o tempo estava quente e consenso geral era melhor rodar ainda mais um pouco para habituar o coelhinho à nossa presença.


O branco a entrar no vale.
1ª largo da famosa "S".
Fomos há "Mutantes" depois de fazer um largo de acesso variante da "Cuellitropo" (Coelho Trôpego)
Mutantes
Mutantes
Demos 1 pegue cada um à "Mutantes" mas ela não cedeu, uma via fantástica mas que nos pareceu fina para o grau proposto, talvez não ficasse mal o 6c. Uma escovadela na secção mais trick também irá ajudar a colocar melhor os pés.





M.C. na "Mutantes"

Sesa na "Mutantes"



Com carência de mantimentos, e com medo de não haver grandes abastecimentos no fim-de-semana, a Natália voluntariou-se para ir indo à frente até à pastelaria de Castro Laboreiro.
Ainda com energia eu e o M.C fomos aos dois primeiros largos da "Cânticos Pastais", que fizemos em livre, o MC o 1º e eu 2º largo. Descemos ainda a tempo de ir ter com a Natália e jantar uma bela posta e o famoso "Cábriiito, há que recarregar B12, muito carburada nestas andanças.

O Sábado e o Domingo foram passados descontraidamente a terminar trabalhos pendentes, com novidades no próximo relato.
Até breve.
AB
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